Lindo sonho vivido,
doce ilusão criada,
activaste em minha alma
um vulcão adormecido.
Não sei se foi um castigo
de te ter, sem te ver amado,
mas sem precisar de mais nada
tiraste de meus lábios o sorriso,
chamando-me querida.
Entre sussurros e abraços,
confidências firmando o laço,
brotava o amor incontido!
E como amante e amiga
nessa relação que veio do acaso
brinquei com o tempo e o espaço
vi de volta o tempo perdido.
Quantas vezes li "querida", quantas palavras "minha amada",
de uma parte que eu era de facto,
o meio e o todo foi construído.
Minhas teclas o teu toque sentindo
minhas cordas ecoavam os teus actos,
os meus sons te envolviam em laços,
sentia teu peito explodindo,
teu coração sofrido se abrindo,
mostrando o espírito fortificado.
Mergulhei nesse lago ondulado
e encontrei um oceano lindo.
Ah! adorável destino
de viver esse amor sem retrato,
de te ter e não ver em meus braços
a tua imagem de anjo do limbo!
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